Está em cartaz no Teatro Raul Cortez, na capital paulista, 'Mamonas, o musical'. O espetáculo marca os 20 anos da morte dos integrantes do grupo Mamonas Assassinas, que foram vítimas de um acidente aéreo em março de 1996. O avião em que estavam caiu na Serra da Mantiqueira quando voltavam de um show em Brasília.
O musical traz as músicas bem-humoradas e os figurinos irreverentes que conquistaram públicos de todas as idades e marcaram uma geração. A banda alcançou o sucesso no ano de 1995, mas devido ao trágico acidente, o grupo teve oito meses o sucesso.
Após duas décadas da morte de Dinho, Bento Hinoto, Samuel Reoli, Sérgio Reoli e Júlio Rasec, os Mamonas Assassinas ainda emocionam fãs por meio do espetáculo.
Chicara Hinoto, veterinário, irmão do guitarrista Bento, em entrevista ao Ponto de Vista, disse que assistiu ao musical e achou um trabalho teatral muito bem estudado pelo elenco selecionado. “A representação do Bento, foi apresentado com bastante dinamismo e graça, sem semelhança, mas de atuação brilhante por Yudi Tamashiro”, diz.
Ao ser questionado sobre o que mais gostou no espetáculo, Chicara afirma que gostou da versatilidade dos atores em representar vários personagens, em particular, a atuação do Ruy Brissac no papel do vocalista da banda, Dinho.
(Leandro Bronze/Ponto de Vista)
Aline Domingues, enfermeira, que também assistiu ao musical e já era fã dos Mamonas, achou o espetáculo sensacional e o integrante da banda que mais gostava era o baixista Samuel. “Todo musical não deixa de ser uma homenagem para o artista e eu achei tudo emocionante”, disse.
Outro fã que falou sobre o musical foi o vocalista da banda Cesta Básica, Dody, que achou o espetáculo interessante e destacou que a música que mais gosta é 'Pelados em Santos'. Ele também fala (áudio) um pouco do Dinho, vocalista, o integrante que mais se identificava.
O espetáculo também chama a atenção pela semelhança que alguns atores têm com integrantes do quinteto original, em especial Ruy Brissac que interpreta Dinho. Em entrevista ao Ponto de Vista ele falou um pouco sobre os Mamonas e sobre como foi a seleção de atores:
Ponto de Vista: Você já era fã do grupo Mamonas Assassinas antes de participar do musical?
Ruy: Sim. Na época eu tinha seis anos de idade. Então, eu não lembro muita coisa, mas lembro das músicas “vira-vira” e “sabão crácrá”, que a molecada brincava um com o outro. Era incrível. Na minha adolescência eu não tinha as músicas em MP3, não era uma coisa que eu ouvia frequentemente.
Ponto de Vista: Como foi o processo de seleção dos atores?
Ruy: Foi um processo muito intenso. Foram cinco dias de audição e eu ficava o dia inteiro lá, dançando e cantando. Era muito improviso e eu saía com a cabeça quente (risos). Foi muito gostoso porque a gente fez muitas amizades, os bastidores eram incríveis. A produção nos tratava muito bem. Foi muito gostoso apesar do nervosismo de estar concorrendo com outras pessoas pra conquistar um papel incrível como esse. Foi um processo bem puxado (risos).
Ponto de Vista: Quais foram as suas inspirações para compor o personagem?
Ruy: Para criar o Dinho eu pensei em levar alegria. Era isso que ele levava para as pessoas. Então eu focava nisso: liberdade e alegria. Liberdade pra improvisar. Eu assisti muitos vídeos a respeito do Dinho e da banda. Baixei todos os vídeos no youtube e via todos os dias. Inspirei-me exatamente nele. Eu focava e via como ele se comportava diante da câmera nos programas e no palco, porque sempre tinha diferença. Assisti muitos vídeos, mas é claro que eu também vi super-heróis pra ficar uma coisa mais cômica (risos).
O grupo Mamonas Assassinas surgiu no início da década de noventa com o nome de Utopia. Os integrantes eram de Guarulhos, cidade da Grande São Paulo. Seu som era uma mistura de vários gêneros musicais como heavy metal, forró, sertanejo, brega, pagode, música mexicana, vira etc.
No dia 2 de março de 1996, em São Paulo, o avião Learjet modelo 25D, prefixo PT-LSD colidiu com a Serra da Cantareira, matando os cinco membros da banda e a tripulação do voo.
O Musical Mamonas está em cartaz até dia 30 de maio no Fecomercio - sala Raul Cortez, na Rua Dr. Plinio Barreto, 285, Bela Vista – SP.
Por Leandro Bronze