Crise política complica eleições de Barueri

Com o atual Prefeito afastado, a cidade da Grande São Paulo se prepara para mais um ano de eleição

Aumento da inflação estimula crescimento do comércio informal

O aumento da inflação faz com que as pessoas refaçam seu orçamento a cada dia e quando as contas não fecham, é preciso encontrar saídas para não entrar no cheque especial e evitar o temido cadastro do SPC-SERASA

Donald Trump conquista a direita americana

O representante da direita conservadora vem conquistando forte eleitorado, com 45% dos Republicanos apoiando sua candidatura

Musical Mamonas relembra sucessos do grupo que morreu em acidente aéreo

Fãs e familiares matam a saudade e se emocionam relembrando as músicas e a irreverência da banda

Instituto Chão vende alimentos orgânicos a preço de custo

Estabelecimento, localizado na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, busca a valorização do pequeno produtor rural e de relações de trabalho mais democráticas

Parkour ganha espaço em São Paulo

Da Europa para o Brasil, a arte de superar obstáculos ganha cada vez mais adeptos na capital paulista

terça-feira, 3 de maio de 2016

Musical Mamonas relembra sucessos do grupo que morreu em acidente aéreo

O Musical Mamonas (Leandro Bronze/Ponto de Vista)
Fãs e familiares matam a saudade e se emocionam relembrando as músicas e a irreverência da banda
Está em cartaz no Teatro Raul Cortez, na capital paulista, 'Mamonas, o musical'. O espetáculo marca os 20 anos da morte dos integrantes do grupo Mamonas Assassinas, que foram vítimas de um acidente aéreo em março de 1996. O avião em que estavam caiu na Serra da Mantiqueira quando voltavam de um show em Brasília.
O musical traz as músicas bem-humoradas e os figurinos irreverentes que conquistaram públicos de todas as idades e marcaram uma geração. A banda alcançou o sucesso no ano de 1995, mas devido ao trágico acidente, o grupo teve oito meses o sucesso. 
Após duas décadas da morte de Dinho, Bento Hinoto, Samuel Reoli, Sérgio Reoli e Júlio Rasec, os Mamonas Assassinas ainda emocionam fãs por meio do espetáculo.
Chicara Hinoto, veterinário, irmão do guitarrista Bento, em entrevista ao Ponto de Vista, disse que assistiu ao musical e achou um trabalho teatral muito bem estudado pelo elenco selecionado. “A representação do Bento, foi apresentado com bastante dinamismo e graça, sem semelhança, mas de atuação brilhante por Yudi Tamashiro”, diz.
Ao ser questionado sobre o que mais gostou no espetáculo, Chicara afirma que gostou da versatilidade dos atores em representar vários personagens, em particular, a atuação do Ruy Brissac no papel do vocalista da banda, Dinho.
(Leandro Bronze/Ponto de Vista)

Aline Domingues, enfermeira, que também assistiu ao musical e já era fã dos Mamonas, achou o espetáculo sensacional e o integrante da banda que mais gostava era o baixista Samuel. “Todo musical não deixa de ser uma homenagem para o artista e eu achei tudo emocionante”, disse.
Outro fã que falou sobre o musical foi o vocalista da banda Cesta Básica, Dody, que achou o espetáculo interessante e destacou que a música que mais gosta é 'Pelados em Santos'. Ele também fala (áudio) um pouco do Dinho, vocalista, o integrante que mais se identificava.


O espetáculo também chama a atenção pela semelhança que alguns atores têm com integrantes do quinteto original, em especial Ruy Brissac que interpreta Dinho. Em entrevista ao Ponto de Vista ele falou um pouco sobre os Mamonas e sobre como foi a seleção de atores:
Ponto de Vista: Você já era fã do grupo Mamonas Assassinas antes de participar do musical?
Ruy: Sim. Na época eu tinha seis anos de idade. Então, eu não lembro muita coisa, mas lembro das músicas “vira-vira” e “sabão crácrá”, que a molecada brincava um com o outro. Era incrível. Na minha adolescência eu não tinha as músicas em MP3, não era uma coisa que eu ouvia frequentemente.
Ponto de Vista: Como foi o processo de seleção dos atores?
Ruy: Foi um processo muito intenso. Foram cinco dias de audição e eu ficava o dia inteiro lá, dançando e cantando. Era muito improviso e eu saía com a cabeça quente (risos). Foi muito gostoso porque a gente fez muitas amizades, os bastidores eram incríveis. A produção nos tratava muito bem. Foi muito gostoso apesar do nervosismo de estar concorrendo com outras pessoas pra conquistar um papel incrível como esse. Foi um processo bem puxado (risos).
Ponto de Vista: Quais foram as suas inspirações para compor o personagem?
Ruy: Para criar o Dinho eu pensei em levar alegria. Era isso que ele levava para as pessoas. Então eu focava nisso: liberdade e alegria. Liberdade pra improvisar. Eu assisti muitos vídeos a respeito do Dinho e da banda. Baixei todos os vídeos no youtube e via todos os dias. Inspirei-me exatamente nele. Eu focava e via como ele se comportava diante da câmera nos programas e no palco, porque sempre tinha diferença. Assisti muitos vídeos, mas é claro que eu também vi super-heróis pra ficar uma coisa mais cômica (risos). 
Morte em acidente aéreo

O grupo Mamonas Assassinas surgiu no início da década de noventa com o nome de Utopia. Os integrantes eram de Guarulhos, cidade da Grande São Paulo. Seu som era uma mistura de vários gêneros musicais como heavy metal, forró, sertanejo, brega, pagode, música mexicana, vira etc.

No dia 2 de março de 1996, em São Paulo, o avião Learjet modelo 25D, prefixo PT-LSD colidiu com a Serra da Cantareira, matando os cinco membros da banda e a tripulação do voo.
O Musical Mamonas está em cartaz até dia 30 de maio no Fecomercio - sala Raul Cortez, na Rua Dr. Plinio Barreto, 285, Bela Vista – SP.

Por Leandro Bronze

Aumento da inflação estimula crescimento do comércio informal

Camelôs Barueri (Cátia Ramos/Ponto de Vista)
O aumento da inflação faz com que as pessoas refaçam seu orçamento a cada dia e, quando as contas não fecham, é preciso encontrar saídas para não entrar no cheque especial e evitar o temido cadastro do SPC-SERASA

Produtos Quitutes da Wal (Cátia Ramos/Ponto de Vista)

Com a alta da inflação, que segundo dados divulgados em abril pelo IBGE, está muito acima do limite máximo da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5% ao ano, e a piora da crise econômica, muitas pessoas têm procurado formas de obter uma renda extra. Por isso, recorrem ao comércio informal para fechar as contas do mês. Uma delas é Walkíria Guedes, 30, produtora na emissora Rede TV. Ela vende doces a seus colegas de trabalho para ajudar no orçamento de casa.

Walkíria explica que antes de comercializar os produtos no ambiente de trabalho já os vendia para fora, aos fins de semana. Certo dia levou para que experimentassem na empresa as encomendas dispararam. "Não chego a ter apoio dos meus chefes, embora eles comprem e até mesmo elogiem meus produtos", afirma a produtora.

Uma das clientes de Walkiria é Yasmim Rodrigues Lobo, estudante e estagiária na área de comunicação. Ela explica que o motivo pelo qual apoia esse tipo de comércio é devido à correria do dia a dia. "Muitas vezes saio de casa correndo e não tenho tempo para comer, e como não existe nenhuma lanchonete por perto, compro de Walkíria pois é muito prático", explica. 


Yasmim comenta que uma de suas maiores preocupações é não fugir muito do orçamento. "É preciso se controlar para não gastar quase todo o salário com os doces da Walkíria. Antigamente eu comprava todos os dias. Hoje tento me controlar comprando de uma a duas vezes por semana”, diz.
No vídeo, outro cliente de Walkíria: 



Dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados em 2016, apontam que a inflação no Brasil teve uma queda em relação a fevereiro ficando em 0,9%. Essa é a menor inflação para o mês de março desde 2012, quando foi registrada a taxa de 0,21%. Apesar da queda, o índice da inflação ainda está muito acima do limite máximo da meta estabelecida pelo governo que é de 4,5% ao ano. Em 2015 a inflação foi de 10,67%.

Considerando esses dados , ao conseguir essa renda extra, é importante que as pessoas saibam como fazer para colocar as contas em dia e até mesmo como investir, caso sobre algum valor. Segundo o economista chefe da FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), e professor da universidade de São Paulo, Roberto Luis Troster, nesses tempos difíceis, o principal é se antecipar ao que está por vir. 


"Hoje o país atravessa uma combinação de três crises: política, econômica e social, e ninguém sabe como ou quando acabará. Daí a importância de se preparar para o pior, aumentando o caixa e reduzindo gastos", explica o especialista.

O economista finaliza as dicas dizendo que é primordial que os empreendedores se adaptem às necessidades dos clientes, e que devemos enxergar as oportunidades na crise. “Enquanto uns choram, outros venderão lenços. Sejamos então vendedores de lenços”, conclui Troster.

Embora a intenção de vender produtos no ambiente de trabalho seja boa, é importante lembrar que de acordo com o artigo 482 da lei trabalhista, o trabalhador que vender produtos dentro do ambiente de trabalho sem a autorização do empregador poderá ser demitido por justa causa. Desta forma, é importante se certificar de que a prática não causará mais prejuízos do que benefícios. 


Por Cátia Ramos

Parkour ganha espaço em São Paulo

Parkour Park (Bruno Araújo/Ponto de Vista)
Da Europa para o Brasil, a arte de superar obstáculos ganha cada vez mais adeptos na capital paulista

Foi inaugurado em março deste ano, no Bairro do Bom Retiro, o Parkour Park, espaço livre para prática do parkour em São Paulo. Composto por uma estrutura de 650 metros quadrados de muros e barras, onde é possível treinar em horário livre, o Parkour Park é o primeiro espaço público dedicado à prática.

Localizado na Avenida Castelo Branco, 5700, o espaço é um projeto idealizado pelo prefeito Fernando Haddad em parceria com a Tracer Parkour, primeira academia do esporte no Brasil.

O estudante Fernando Cerrani, 24, presente na inauguração do parque, afirma que vê o espaço como o início da popularização do parkour. “A construção de cada vez mais parques irá estimular as pessoas a se movimentarem, porque elas estão acostumadas a crescer e parar de se exercitar e isso diminui a mobilidade física”, comenta.

Para o estudante Herberth Batista, 20, o parkour é uma atividade coletiva no qual os praticantes ajudam um ao outro. “Eu acho o esporte interessante, não pela competição, porque nosso objetivo não é competir, mas sim pela família que formamos. Você percebe que não é só disputa, é um compartilhamento, uma diversão”, afirma Herberth.

Tracer Parkour

Fundada em 2005, a academia, antes, ministrava aulas ao ar livre, no Parque do Ibirapuera. Hoje, com onze anos de funcionamento, os alunos têm aulas 'indoor', modalidade praticada em ambientes fechados.

A instrutora e uma das sócias da academia, Carla Rodrigues, afirma que é necessário um preparo mental para descobrir gradativamente os próprios limites. “Você deve estar com seu corpo preparado, não adianta achar que vai conseguir saltar de uma hora para outra sem estar com a musculatura das pernas, do abdômen e dos braços fortalecida”, diz a instrutora. 

Parkour Park (Bruno Araújo/Ponto de Vista)

A Tracer Parkour possui duas unidades, uma em Pinheiros, na Rua Cardeal Arcoverde, 2210 e a outra na Vila Madalena, na Rua Antonio Borba, 59. A academia também oferece aulas para crianças, além de ginástica artística, acrobacias e arte marcial russa.

O parkour, também conhecido como le parkour, foi criado na França na década de 90 por David Belle, e é uma atividade física que tem como características a ultrapassagem de obstáculos e o deslocamento de um ponto para o outro de uma forma rápida, utilizando somente o corpo.

Essa atividade começou a se popularizar no Brasil a partir de vídeos transmitidos pela MTV. Desde então, a prática física ganhou espaço em matérias na TV, o que fez com que a divulgação se expandisse. 

Para Carla Rodrigues, a internet foi outro meio que contribuiu para o crescimento do parkour no país. “Haviam pessoas do Paraná, de São Paulo, de Brasília... Então, um dia eles começaram a interagir, e  foi nascendo os encontros entre brasileiros de parkour, os encontros regionais. Mas a inserção do Youtube e das redes sociais foi uma avalanche, todo mundo começou a ter acesso e o negócio começou a crescer”, aponta a instrutora da Tracer.

Preparo físico

A professora de educação física Física Kelly Ramos afirma que a prática do parkour pode desenvolver resistência do corpo e da mente, mas alerta para alguns cuidados. "É preciso ter orientação de um professor de educação física, para não correr o risco de ter uma lesão e para saber trabalhar as capacidades física, respiratória e muscular”, diz a professora.

O personal trainer Francisco Costa aponta que a prática requer cuidados na hora da alimentação, porque o Parkour exige muito esforço físico. “O melhor seria consumir, antes da atividade, carboidratos de rápida  utilização, os chamados 'carboidratos simples', como batatas, pães e macarrão. E devem se evitadas as comidas mais pesadas como feijoada”, afirma Costa.  

Francisco ainda aponta a necessidade de se preparar mediante qualquer atividade física e dosar a quantidade de exercício. "Quem pratica exercícios físicos, seja ele de qualquer natureza, deve estar preparado para exercer a modalidade escolhida, controlando tempo, peso, duração da atividade e repetições”, finaliza.

Por Bruno Araújo 

Crise política complica eleições de Barueri

Prédio da Prefeitura de Barueri (Talita Cavalcante/Ponto de Vista)
Com o atual prefeito afastado, a cidade da Grande São Paulo se prepara para mais um ano de eleição

Com uma população de aproximadamente 240 mil pessoas e um dos mais importantes polos industriais, o Município de Barueri, localizado na Grande São Paulo, passa por uma crise política às vésperas das eleições 2016. O atual Prefeito, Gil Arantes do DEM, foi afastado do cargo em fevereiro, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, por suspeita de desvio de verba e lavagem de dinheiro.

Gil Arantes se tornou réu em uma ação penal e está sendo acusado de 63 crimes, sendo 50 vezes por lavagem de dinheiro e 13 vezes por desvio de verba pública. Ainda corre no Supremo Tribunal Federal um processo que julga a cassação do mandato do político. Em março, após o afastamento do ofício, Arantes anunciou que deixará a política no final deste ano depois de 31 anos de vida pública. Segundo nota emitida em seu site oficial, alegou que sua saúde não permite que ele continue.

Décio Trujilo, editor do 'Jornal Notícias' e espectador há várias décadas do cenário político da cidade, afirma que Gil Arantes, acompanhando as pesquisas eleitorais, percebeu que sua popularidade vem se deteriorando e não tem mais como reverter. "Sua imagem foi prejudicada devido aos processos que está respondendo. Essa desistência deixa a corrida para as eleições para prefeito muito mais acirrada", explica.

Futuros candidatos


Dentre os possíveis candidatos estão o atual vice-prefeito, Jaques Munhoz do PTB, que assumiu interinamente a Prefeitura e o ex-prefeito da cidade, Rubens Furlan do PSDB. Ainda segundo Trujilo, alguns nomes estão sendo cogitados para a disputa, mas no atual cenário político, Furlan é quem tem mais vantagem, e está confirmado por uma pesquisa feita pelo Ibope no mês de março que dá a ele 55% dos votos, caso as eleições fossem hoje.

A equipe do Ponto de Vista entrevistou alguns eleitores da cidade para saber quem se destacaria e todos os entrevistados dão a Furlan a vitória.

A modelo Plus Size Aline Mattos, 30, afirma que qualquer candidato apoiado por Furlan ou até mesmo ele sendo candidato terão vantagens sobre essa candidatura. "O nome Furlan é muito forte na cidade de Barueri", afirma Aline.

Para a contadora Ana Marilaque, 33,  o atual prefeito errou em algumas atitudes tomadas, porém, ela acredita que Furlan venha com mais força ainda.

Uma terceira eleitora, Juliana Silva, 28, auxiliar financeira, acredita que o próprio ex-prefeito Rubens Furlan venha como candidato. "Hoje, com o afastamento do Gil da vida pública, eu acho que o único nome forte que temos é o do Furlan”, enfatiza Juliana.

Este cenário pode ser alterado nos próximos meses, até o início das campanhas eleitorais, o processo que está no Supremo Tribunal Federal relacionada a cassação do mandato do atual Prefeito Gil Arantes pode ser emitida e dependendo da decisão, pode mudar a opinião do eleitor. Agora é aguardar até outubro para conferir como se desenrolará o meio político de Barueri.

Por Talita Cavalcante

Instituto Chão vende alimentos orgânicos a preço de custo

Instituto Chão (Luiza Domingues/Ponto de Vista)
Estabelecimento, localizado na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, busca a valorização do pequeno produtor rural e de relações de trabalho mais democráticas

O Instituto Chão é uma associação sem fins lucrativos que vende produtos orgânicos e artesanais pelo mesmo preço que comprou do produtor. Localizado na Rua Harmonia e inaugurado há um ano, o estabelecimento surgiu a partir da ideia de sete amigos, hoje sócios-proprietários, que buscavam conscientizar o consumidor sobre todo o processo de produção do alimento que vai à mesa do brasileiro diariamente e criar um espaço de convivência e de economia solidária para experimentação de novas formas de relação.

Além de legumes e verduras orgânicos vendidos na mercearia do Instituto, o local conta com uma lanchonete onde são servidos sanduíches, saladas e cafés expressos, tudo também pelo preço de custo. Um expresso com leite médio, por exemplo, sai por R$ 2,00, e um sanduíche de queijo quente com pesto, por R$ 3,50. O Chão também vende queijos da Paraíba, doces de leite de Minas Gerais, pães e peças de cerâmica vindas de Cunha, cidade do interior de São Paulo.

Segundo um dos idealizadores do estabelecimento, Fábio Mendes, 31, filósofo por formação, o Instituto surgiu da busca de fazer um espaço democrático, acessível a todos e menos focado em lucros. “Dessa relação entre meus seis amigos e eu, nasceu essa concepção de ampliação de todas as lógicas, como a relação econômica, a social e uma construção cultural também, enfim, uma sociedade mais livre e mais saudável de uma forma geral”, explica Mendes.   

Para se manter aberto, já que repassa os produtos ao consumidor pelo preço de custo, o Instituto Chão conta com a colaboração financeira de clientes que acreditam no projeto e, na hora da compra, pedem que o consumidor pague um valor a mais pelo produto, o quanto ache justo. “Sugerimos um pagamento de R$ 0,35 centavos a mais para cada R$ 1,00 real gasto. Mas se no dia a pessoa não tiver algo para contribuir, ou não quiser, tudo bem”, enfatiza Vladmir Novaes, um dos sócios. 

Alimentação Saudável 

Cada vez mais pessoas têm se preocupado com a alimentação e estão buscando incluir os orgânicos nas refeições do dia a dia, por serem livres de agrotóxicos, de adubos químicos, nitratos e metais pesados, substâncias prejudiciais à saúde, como afirma a nutricionista clínica Vivian Talarico. “Nas plantações de legumes e verduras orgânicos são utilizados técnicas que respeitam o meio ambiente durante todo o seu processo de produção, e os benefícios para quem consome são inúmeros, pois se tratam de alimentos mais nutritivos, mais saudáveis e mais saborosos também”, explica a especialista.

Em contrapartida, esses alimentos ainda são pouco acessíveis à população, por causa dos preços altos cobrados no varejo se comparados com os outros produtos não orgânicos. Por isso, um dos objetivos do Instituto Chão é mostrar que os orgânicos poderiam ser mais acessíveis. Segundo Fábio Mendes, quem ganha na venda é o varejista e não o produtor. “Isso acaba criando uma imagem de que os itens orgânicos, mais saudáveis e menos agressivos ao meio ambiente, são caros”, finaliza Mendes.  

A assistente comercial Waléria Souza, 27, devido a problemas de saúde, foi instruída por médicos a agregar os vegetais orgânicos em sua alimentação. “Eu compro no Instituto Chão desde sua abertura. Os produtos são ótimos, de qualidade e o local é bonito e aconchegante, ótimo para fazer suas compras e tomar um delicioso café da manhã”, diz.

Instituto Chão
Rua Harmonia, 123 – Vila Madalena – São Paulo (SP)
Aberto de terça a sábado das 08h30 às 14h


Telefone: (11) 3530-0907

Por Luiza Domingues

Donald Trump conquista a direita americana

Donald Trump discursando no estado de Iowa, em Janeiro
(Divulgação: Site Donald Trump Oficial https://www.donaldjtrump.com/gallery/)
O representante da direita conservadora vem conquistando forte eleitorado, com 45% dos Republicanos apoiando sua candidatura

Com o fim do segundo mandato de Obama, começa a corrida presidencial nos EUA, e um dos nomes mais cogitados é o do polêmico empresário Donald Trump, representante do Partido dos Republicanos.

Conhecido como o magnata do setor imobiliário, o pré-candidato vem colecionando comentários ofensivos a vários grupos étnicos, em especial aos latinos e, mesmo assim, Trump tem alcançado altos índices de popularidade entre o eleitorado americano.
Um dos grandes motivos que conduzem a audácia de Trump é o fato de o empresário multimilionário custear sua própria campanha, sem depender de companhias de seguros ou dos interesses estipulados por lobistas.

O grande foco de sua campanha tem sido o discurso anti-imigração. Ele citou Brasil, China, Japão e México como exemplo de países que se aproveitam das políticas imigratórias dos Estados Unidos. Em relação especial ao México, o pré-candidato pretende construir um muro para separar os EUA do país latino. A proposta, além de ser considerada inviável devido ao orçamento de 8 bilhões de dólares (cerca de 31,1 bilhões de reais), tem sido apontada por muitos como uma política segregacionista e xenofóbica.

O Papa Francisco condenou a criação do muro e alegou que Donald Trump não é cristão. O magnata rebateu as afirmações apontando que se o Estado Islâmico invadisse o Vaticano, o Papa ia querer ser o Presidente dos Estados Unidos.
Para o professor de relações internacionais da PUC de São Paulo, Geraldo Zahran, as afirmações feitas pelo candidato não têm sentido algum e só servem para gerar mídia. Por outro lado, as ofensas proferidas à comunidade latina podem prejudicar a campanha de Donald Trump. “Isso afetará não só a campanha dele, mas também a imagem dos Republicanos que já tem uma má reputação entre os imigrantes por causa das políticas adotadas”, comenta Zahran.
Imigração Ilegal



Outra proposta de Trump é a expulsão de todos os imigrantes ilegais nos Estados Unidos, número em torno de onze milhões de pessoas, atualmente. Para o pré-candidato há a necessidade de se criar novos padrões para os imigrantes e fazer com que os Estados Unidos voltem a crescer.

Bandeira dos EUA hasteada em SP (Rafael Coelho/Ponto de Vista)

O empresário americano Guy Levy, 32 que reside no Brasil há onze anos, afirma que as políticas de Trump poderão ser muito prejudiciais para a economia dos Estados Unidos. “Trump irá assumir uma linha protecionista, da mesma forma que Dilma Rousseff faz no Brasil. Isso não vai ser bom nem para os imigrantes, nem para os americanos”, afirma Levy.
Para o professor de inglês David Brooking, 59, americano também residente no Brasil há dois anos e meio, Trump não sabe o que está falando porque os EUA sempre precisaram dos imigrantes. “Os Estados Unidos foram fundados por imigrantes, não faz sentido exigir que eles saiam. Esse homem não pode ganhar as eleições”, afirma Brooking.
Para Zahran, este tipo de discurso adotado, é o reflexo do atual cenário político-econômico americano. Trump prega para uma sociedade que sofreu os efeitos da crise financeira de 2008, viu o país voltar a entrar nos eixos, mas seus salários permaneceram baixos. “Há uma desilusão muito grande com a política, independente de quem entre no poder, a situação vai continuar a mesma. Trump fala para uma população branca, escolarizada que é suscetível a este tipo de discurso demagógico”, afirma o professor de relações internacionais.
 
Brasileiros  

Hoje, cerca de 730 mil brasileiros vivem de forma irregular nos Estados Unidos. Entre eles está a estudante Camilla Fernanda Rodrigues, de 28 anos. Ela mora há quase três anos nos Estados Unidos e está acompanhando a corrida presidencial. “Eu estou indignada com o que está acontecendo. Se Donald Trump ganhar as eleições as coisas vão ficar feias por aqui”, relata Camilla. Para a estudante, a alta popularidade de Trump se dá pelas suas aparições na televisão e porque há muitas pessoas envolvidas na campanha. Camilla ainda aponta que não pode votar porque precisa residir por no mínimo cinco anos nos Estados Unidos para dar entrada no Green Card e conseguir se tornar cidadã americana.

De acordo com Geraldo Zahran, há duas formas de se punir os imigrantes ilegais: a primeira seria pressionando o empregador para exigir que o imigrante mostre os documentos comprovando sua legalidade no país, a segunda seria a própria perseguição ao imigrante por parte da polícia, de pessoas ou autoridades que cobram documentação.
Ele ainda afirma que tais medidas são ruins tanto para empregado quanto para o empregador. “São medidas coercitivas que possuem muita resistência. Temos que ver que tipo de proposta Trump conseguiria implementar”, finaliza Zahran.
Por Rafael Coelho